Saturday, February 21, 2009

Reflexão sob embriaguez 1

Cansado de tantas palavras balbuciar no tropeçar de uma subtil embriguez detenho-me aqui sentado sem de todo saber o que sentir para além de tudo ter a ruir perante o meu olhar fixo e corpo letárgico diante do meu templo.
Não tardará a nascer o Sol e mesmo a esta hora da madrugada não consigo ter sono pois sei que a minha humanidade se desmonta vagarosamente, alvejada por retóricas e demagogias dúbias que tentam apenas servir a absolvição e escape do enforcado.
O mundo à minha volta não serve para nada a não ser como cenário ou palco de uma peça de teatro ou filme cujo sucesso é quase nulo.
E é este mundo que me repugna todos os dias que acordo assim como as pessoas que nele habitam.
Estarei eu a tornar-me misantropo?
Precisarei eu, de facto, da solidão absoluta que idealizo nesta esfera para me sentir uno,
satisfeito, confortável?
Serei eu não mais que apenas mais um na multidão, também odiado e desprezado como se apenas uma carcaça fosse?
Sinto que me estou a dispersar cada vez mais a cada dia que passa.
Sinto-me longe de mim, do sonho de ser mais que apenas um pedaço de carne que vagueia incerto neste reino selvagem de flores plásticas e sentimentos descartáveis.

P.

1 comments:

Anonymous said...

Se é assim que te sentes, rapidamente se resolve.

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